25 de mai. de 2010

TREKKING PEDRA DO SINO – Teresopolis PARNASO

Fiz minha primeira grande trilha com mochilão nos dias 14 a 16/05 desse ano. Para marcar minha tão importante iniciação escolhemos a Pedra do Sino, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. A Pedra do Sino fica a 2.263m de altitude e são 11 km de trilha.




Meu amigo de aventuras e perrengues Mário e eu saímos da rodoviária Novo Rio as 06:00h e chegamos à entrada do parque as 07:20h. Após todos os procedimentos para entrada no parque (pagamos R$ 40,00 cada para permanência por três dias com acampamento), chamamos um táxi, pois a subida até a barragem aonde iniciamos a trilha é de mais ou menos 4 km e não vale a pena gastar energia no asfalto !! Chegando a Barragem finalizamos os detalhes para começar a trilha: água, banheiro, acertar a mochila, regular o bastão e etc.











Vou fazer um resumo dos equipamentos levados:

• Barraca Mini Pack 1 da Azteq

• Mochila Saiph 55 da Guepardo (tenho de citar que a mochila é guerreira e confortável)

• Bastão de caminhada e isolante térmico da Náutica

• Kits de refeição da Liofoods (parceira de sempre)

• Anorack e Calça da Trilhas e Rumos

• Meias da Lorpen (pode parecer sem sentido citar meias, mas essas não são meias quaisquer) – veja post anterior.

• Balaclava e luvas da Kailish

• Repositor SUUM

• E outros: botas, fleece, kit primeiro socorros, roupas, kit cozinha, alimentos em geral (café solúvel, sanduíches, barras de cereal e etc.), saco de dormir, máquina fotográfica (imprescindível) e etc.

Começamos a subir as 08:18h, a trilha em si é bem tranqüila, tipo passeio no parque, o que a torna cansativa é o peso da mochila, as nossas tinham 15kg cada em média, pois os equipamentos pesam muito! Para quem, como eu, não esta acostumado, faz diferença ter esse peso todo nas costas. Chega ser engraçado tentar passar por baixo de um tronco caído e seu corpo tender demais para frente ou ter que inclinar de lado e desequilibrar devido ao peso.


A paisagem. A paisagem é tudo! O ar puro, a flora e a fauna são espetaculares. Passamos a dar mais valor às coisas simples da vida como deitar na grama - fazendo uma pausa na subida para o almoço - e ficar vendo a neblina subindo, dançando no céu azul, mudando a temperatura e a paisagem. Você esquece que tem problemas. Você esquece o que é um problema!!!!



Estávamos em um ritmo ótimo. Pelas nossas contas faríamos à trilha em 4 horas! Mas a altitude começou a subir e o cansaço começou a atrapalhar. Quando chegamos perto de 2.000 metros resolvemos diminuir o ritmo, tirar fotos em macro de “musguinhos” e flores. Em resumo, relaxar e aproveitar mais.



A primeira visão da Pedra do Sino, mesmo incoberta, impressiona. Mas a visão do telhado do Abrigo 4 é que nos deixa mais feliz, pois vendo ele significa de chegamos. Depois de 6 horas de trilha nós chegamos.



O abrigo foi construído pelo Ibama e é mantido/administrado por terceiros. São cobradas taxas para utilização do abrigo (banho, cozinha, camas e bivak). Todas as taxas são baratas e importantes para manutenção daquele paraíso. Tudo é mantido por dois funcionários e um administrador. Nós encontramos “Jesus”! Encontrar Jesus na montanha foi tudo, tenho certeza que não poderia existir lugar melhor. Posso afirmar que Jesus é uma figuraça !!!!!!!!


Conhecemos, também, Alexandre, o administrador, que nos acolheu de uma forma sem igual, que só o “pessoal de montanha” sabe como é.



Chegamos na sexta e não tinha mais nenhum “trilheiro” no abrigo. Meu joelho e fôlego não me deixaram assistir o pôr do sol na Pedra do Sino, mas da onde eu estava o visual já era assim:



Na manhã seguinte acordamos as 04:30h para subir o Sino e ver o nascer do sol! Fazia zero grau ! Não há palavras que descrevam o que meus olhos viram ou o que senti.

Essas fotos são apenas pequenas amostras do espetáculo que a natureza proporciona.





Além de todo o visual, ainda tivemos a sorte grande de acompanhar a entrega de material (colchões e um banheiro químico) para o abrigo feitas por um helicóptero. Não é todo dia que se vê um a cinco metros de vc e a dois metros do chão !!




Trilha também é trabalho. Mario e eu ajudamos a carregar tudo que foi entregue. E depois fomos presenteados com um almoço show – adoro macarrão com molho e almôndegas !!


Essas são do nascer do sol da manhã de domingo da Pedra da Baleia.












Preciso dizer algo mais sobre o lugar ??????? E ainda existe aqueles que dizem: "subir uma montanha para que? Não planta uma árvore, não se mata, só sobe, sobe, sobe e depois desce, desce e desce" Esse é o motivo de tanto esforço.




Como eu já havia citado, o prazer pelas coisas simples se apura em um lugar como esse. Tomar um café quentinho de manhã, comer feijão, arroz e carne moída (da Lioffods é claro), sanduíche feito na frigideira ou um simples, mas, delicioso macarrão com almôndega. Além de toda essa paz e beleza natural, ainda existem as pessoas que tivemos a oportunidade de conhecer. Além do Alexandre e de Jesus, conhecemos pessoalmente o Fabio Fliess, que já consideramos um amigo de twitter e, além dele, o Rafael, Gilmar e outros “perrengueiros” de carteirinha. É claro que sempre tem a turma “mala”: música alta, uma chato achando que sabe a letra em inglês e um casalzinho tendo uma DR na madrugada é f...., mas nada que possa abalar as estruturas da paz interior que tudo mais proporciona.



                                          Encontro de Titãs do twitter: Elque Silva, Fabio Fliess e Mario Trekking

Preparamos nossa descida para o domingo, entre 09:00h e 09:30h, para nossa surpresa e felicidade, o Alexandre (o administrador do abrigo) nos perguntou se queríamos descer com ele. Eu sabia que iria atrasá-lo, pois meu preparo físico não se compara ao dele. Ainda por cima arrumei errada a mochila, deixando todo peso na parte de cima, e perto do final meus músculos, perto da omoplata, jogaram a toalha e o Alexandre (santo Alexandre) carregou minha mochila até o fim da trilha.

O Mario desceu de carona com Alexandre até a portaria e chamou um táxi para nos levar até a rodoviária. Depois que compramos as passagens fomos direto procurar algo muito importante, que passou a ser um ritual nosso para fechamento das trilhas.


                                            Existe forma melhor de fechar uma trilha incrível??


E por tudo descrito acima a Pedra do Sino será sempre uma trilha constante em minha mente e que farei outras vezes.

Minha iniciação foi muito bem sucedida. Agora vou praticar mais para passar de aprendiz a mestre, mas sempre lembrando que o aprendizado é algo diário e constante. A cada nova trilha mais um passo é dado rumo a Bolívia 2011 !!! Agora sou uma viciada em montanha !!!!!!

19 de mai. de 2010

Meias Lorpen - Trekking Coolmax TCCF

A maioria pensa que meia é tudo igual. Eu também pensava assim. Recebi da Proativa 21 as meias Lorpen para testar. Assim que chegarão comecei a ler a embalagem:


* Capa exterior com 15% de poliamida (nylon) = mais durabilidade
* Capa interior com 75% coolmax = expulsa o suor para manter o pé seco e confortável.
* Toda a meia com 10% de lycra = evita que a meia escorregue com o uso e a torna mais adptada ao pé
* Calcanhar é mais macio = melhora o amortecimento
* A ponta da meia é unida ponto a ponto = não existem relevos que possam incomodar os dedos.

Termos técnicos ! Vamos a prática ! A sensação nos pés quando se calça a meia Lorpen é algo surreal. Quase se ouve os pés agradecendo tanto conforto.

As testei em condições bem duras - uma trilha na Serra de Orgãos - andei mais de 22 km ! A impressão é de se estar usando chinelos.




Quem usa calçados para trekking sabe o quão desconfortável é andar demais, pois logo começam a aparecer dores, bolhas, calos e suor. Com as meias Lorpen isso são coisas do passado !!
Meias Lorpen agora sempre farão partes das minhas aventuras. As recomendo para esportistas e não esportistas, afinal conforto para os pés todo mundo merece. Eu usei e aprovei as meias Lorpen !!!

Vejam mais sobre as meias Lorpen nos blogs:


10 de mai. de 2010

Pico do Corcovado - Ubatuba

Texto e fotos:  Well Bericat        http://espiritolivremontanhismo.blogspot.com/

"Depois de vários feriados e fim se semanas trabalhando direto estava precisando me desligar um pouco da tomada e dar uma folga para mim mesmo, como estava sem caminhar nem para ir à padaria perto de casa resolvi fazer um trekking, cheguei a marcar a com o amigo Mario do RJ em fazer a travessia Marins x Itaguaré porem o tempo não ajudou e posteriormente nossas agendas não bateram. Depois de alguns fins de semana chuvosos, vi que a previsão estaria relativamente boa para fim de semana do dia 10 e 11 e resolvi ir para a Pedra da Mina, comecei a pesquisar e pegar algumas informações com a Cris e com o Bruno SJC.

Depois das informações e carta pesquisadas resolvi chamar alguns amigos para a empreitada, chamei o Fabio e a Vivi, e acabei recebendo uma contra proposta, de acompanhá-los ao Pico do Corcovado em Ubatuba, porem para o dia 17 e 18, então resolvi mudar de planos e me juntar ao grupo para a empreitada. O Grupo foi formado por mim, Fabio, Vivi, Caio e Cris e Emeka Lee que de ultima hora após uma repentina melhora do joelho confirmou a presença para a pernada. Pesquisei algumas informações sobre a montanha, porem em conversa via msn quase diária com o Fabio o mesmo me falou que também tinha pego informações sobre o trekking e que as mesmas se encontravam impressas então nem me preocupei em imprimir.

Então o combinado seria de nos encontrarmos (eu, Cris, Caio e Fabio) no metrô Jardim São Paulo na sexta feira dia 16 as 20:30 para posteriormente seguirmos com o carro do Fabio para a casa da Vivi, também conhecido como QG dos Sem Limites (Palavras do Fabio rsrsrs). Devido um contratempo a Cris chegou ao metrô por volta das 21:10. Rumamos para o denominado QG dos Sem Limites, onde a nossa amiga Vivi estava nos esperando com uma puta cara de sono, pois teria voltado a vida de escravo (quer dizer Trabalhar) nessa semana. Milagrosamente Couberam 4 cargueiras no porta malas e uma foi desmontada com as tralhas nos nossos pés e no colo, garrafas d’água abastecidas todos adentraram no poderoso milzinho do Fabio e rumamos para a Carvalho Pinto onde Lee estaria nos esperando no primeiro posto da rodovia para seguirmos ao Litoral Norte mais precisamente Ubatuba (Praia Dura) onde se dá o acesso ao inicio da trilha. Carro abastecido lá fomos nós para nosso destino, más sem antes uma parada para matarmos quem estava nos matando (a fome), paramos no centro de Caraguátatuba e fomos comer um uma padaria onde, diga-se de passagem, que o local estava mais para casa dos horrores devido a tanta gente feia reunida em um só lugar, comemos nossos sandubas enquanto Lee preferiu ficar olhando os carros. Fome saciada retornamos para a BR 101 e seguimos para Ubatuba. Na BR 101 pegamos a saída para o bairro do Corcovado, onde tem placas sinalizando e está a esquerda da rodovia para quem está indo sentido RJ, mesmo por que do outro lado está a praia (rsrs), uns 500 metros a frente terá uma estrada de a direita, continuamos na esquerda pelo asfalto. Mais a frente encontramos o barzinho de N°3150 descrito no relato no Augusto, logo ali pegamos a estrada de terra a direita onde está sinalizado com uma placa “Pico do Corcovado →”, passamos por uma ponte de concreto, mais a frente terá uma entrada a direita com uma placa sinalizando uma reserva indígena, não entremos nessa rua, pois não queríamos correr o risco te tomar uma flechada (rsrs), entramos na segunda entrada a direita, onde conseguimos ir até um certo ponto em frente de uma casa pois a continuação da estrada é fechada por uma corrente com cadeado, isso já era por volta de 2:30 da madruga. Paramos os carros na frente da casa, ao lado da mesma casa (a direita da estrada) encontra-se um campo de futebol, onde armamos acampamento e combinamos levantar as 7:00.

Uma barraca ocupada pela Vivi e o Fabio, outra pela Cris e Caio e a terceira por mim, Lee preferiu dormir no carro, fomos dormir as 3:00. As 6:10 da manhã o sol já clareava o interior da minha barraca, me levantei, tirei umas fotos e fui acordar o povo, tomamos nosso café da manhã, desmontamos a acampamento e arrumamos nossas cargueiras novamente, enquanto isso Lee conversava com um senhor também de descendência oriental que era o morador da casa onde deixamos os carros na frente, o mesmo muito gentil falou que se precisássemos de algo que poderíamos contar com ele e nos pediu para plantarmos 4 sementes na montanha para ele. Na arrumação das mochilas a Cris constatou que havia deixado em casa o saquinho com o seu requintado jantar, onde posteriormente em conversa com uma moradora ao lado, a mesma cedeu um pouco de macarrão por um valor simbólico. Todos de “PANDU” cheio e tudo arrumado começamos a pernada as 8:40. Seguimos a continuação da estradinha onde deixamos os carros e no relato falava que antes do final da estradinha tínhamos q entrar na trilha à esquerda, achamos a trilha e fomos caminhando mata adentro, passamos ao lado de um lago, e continuamos a trilha, passamos por uma pinguela que atravessava um pequeno riacho, como no relato falava q iríamos cruzar um rio achávamos nós que estávamos corretíssimos, porem mais a frente chegamos a uma clareira aberta a pouco tempo e a trilha se acabava, procuramos a continuação da trilha mas não encontramos, chegamos a um consenso que poderíamos ter errado, voltamos até a estradinha e olhando melhor a mesma continuava mais a frente depois de uma casa, porem bem mais estreita, se tornando uma trilha um pouco mais larga que as convencionais. O
fim dessa trilha te leva a um rio raso e a trilha que dá inicio a subida ao Corcovado está a esquerda de quem está indo sentido o rio (é a ultima picada a esquerda antes do rio). Agora sim estávamos na trilha certa, mais a frente atravessa-se um rio e a continuação da trilha está bem a frente as pedras que são utilizadas para a travessia do rio. Andamos mais alguns minutos e atravessamos outro rio, agora a continuação da trilha vai estar um pouco à esquerda das pedras utilizadas para a travessia. Daqui até a crista da montanha não tem mais erro, as poucas saídas da trilha principal te levarão geralmente a pequenos poços e pequenas cachoeiras que descem a montanha e vão estar sempre à esquerda da trilha para quem está subindo. Depois do segundo rio a trilha se embrenha mata adentro e não te oferece visual nenhum, em poucos pontos foi possível visualizar uma encosta rochosa a esquerda da trilha. Depois de menos de duas horas de caminhada alcançamos a pedra da igrejinha com seus 450 metros de altitude marcados pelo GPS do Lee e informação contida no relato do Augusto onde paramos para fazer nosso lanche, eu e o Fabio escalamos a pedra e de lá podemos ter o primeiro visual da trilha, dava para ver toda a parte do litoral, com suas ilhas e o Pico do Corcovado imponente ainda ao longe. Comemos, bebemos, tiramos fotos e fofocamos bastante, ficamos uns 40 minutos parados. Lee resolveu que iria à frente, pois disse que naquele dia estava andando de vagar, se ele estivesse de vagar na próxima terei que ir de moto para acompanhá-lo (rsrsrsr), um vigor de dar inveja a molecada. Mais a frente da pedra da igrejinha tem um pequeno mirante à direita da trilha que te dá praticamente a mesma vista do cume da igrejinha. Daqui para frente à tendência da trilha é ficar cada vez mais íngreme, lá fomos nós subindo, subindo e subindo... Mato pra frente, mato para os lados mato para cima depois de mais ou menos de uma hora e meia de caminhada chegamos a uma pequena clareira a aproximadamente 760 metros de altitude onde se encontra uma trilha a esquerda que nos levou à uma queda d’água, estávamos ficando preocupados pois nossas reservas de água estava acabando e segundo o relato do Augusto encontraríamos água a aproximadamente 550 metros de altitude porem não encontramos e só teria outro ponto próximo ao cume. Abastecemos as garrafas, comemos algumas tranqueiras, nos refrescamos e lá se foram mais 30 minutos de parada. Mais uma vez Lee foi à frente, a continuação da trilha fica a direita da clareira. Se um dia você for fazer essa trilha e achou q até aqui a subida está muito íngreme, então pode voltar (rsrsrs), pois daqui para frente a trilha ficará mais íngreme ainda terá trechos que a subida supera seus 70° de inclinação, onde tivemos que trepar raízes, barrancos e arvores para subir para o próximo lance da subida, daqui para a frente se ganha aproximadamente 300 metros de altitude em pouco mais de uma hora de caminhada. No total de 6 horas de subida chegamos à outra clareira com 1050 metros de altitude, porem já na crista da montanha. Em algumas pesquisas falavam que ali seria a área de acampamento e que o cume estaria a 20 minutos dali e que não teria área para camping lá em cima.

Começamos a conversar e entramos em um consenso que seria melhor irmos até o cume com as cargueiras e pagar para ver se tinha ou não área para camping. Nessa clareira cabe umas 4 barracas apertadas, a continuação da trilha está a direita da clareira quando se vem da subida da montanha. E lá fomos nós, eu, Cris e Lee fomos à frente, enquanto Fabio, Vivi e Caio resolveram esperar mais um pouco na clareira. De acordo com as pesquisas, da clareira até o cume seria aproximadamente mais 100 metros de desnível, dali para frente à trilha é constituída de um sobe e desce com pouco desnível, em vista da pirambeira que havia ficado para traz estávamos andando em um terreno totalmente plano (rsrs). Mais a frente a trilha vai dar eu uma rocha onde percebe-se que a mesma está escovada indicando a continuação da trilha, suba a rocha, não continue na trilha pois a mesma não te levará ao cume. Depois de subir a rocha tivemos uma bela vista, a frente o imponente paredão do Corcovado com seus mais de 700 metros de altura (segundo pesquisas)e a direita a Praia Dura, tiramos umas fotos e continuamos andando, daqui para a frente a vegetação é composta com bambuzinhos, aquelas samambaias que cortam e bromélias, andamos em um ritmo considerável por uns 25 minutos e chegamos a uma pequena rampa, a Cris pediu para parar um pouco para retomar o ar, descansamos uns 5 minutos, subimos a pequena rampa e chegamos a crista que leva ao cume por volta das 15:45, eu fui em direção ao cume (direita) para procurar uma área de camping e Cris juntamente com Lee foram para a esquerda, em poucos minutos escuto um grito da Cris “ACHEI, tem uma área aqui que cabe umas quatro barracas”, retornei do cume e me juntei a eles, em seguida chegaram Vivi, Fabio e Caio para completar a trupe, descansamos um pouco na sombra, comemos e ficamos conversando um pouco, montamos nosso acampamento, couberam as 4 barracas centinho na área, em seguida chegaram 2 irmãos que pelo visto conheciam bem a região, pois vieram diretamente para a área de camping, porem como chegamos primeiro, os mesmos se dirigiram ao cume onde tem duas pequenas éreas em locais distintos sendo que cada área comporta apenas uma barraca e ambas são bem expostas ao vento. Como sou fã incondicional do astro rei (Sol), fiquei sentado em cima de uma rocha apreciando e fotografando cada momento do por do sol, logo Caio se juntou a mim e ficamos viajando nas formações das nuvens, Lee também fotografava, porem a outra vertente da paisagem “o litoral”, enquanto isso Fabio, Vivi e Cris beliscavam uns petiscos e tomavam vinho. O horizonte foi sendo tomado pelas nuvens, não tendo mais como apreciar o fim do por do sol nem mesmo o litoral. Lee se recolheu em sua barraca para descansar um pouco, enquanto nós ficamos comendo uma besteira ou outra acompanhada de um gole de vinho. Por volta das 20:00 mesmo não estando com muita fome preparamos nosso jantar, conversamos mais um pouco, eu e Lee nos recolhemos, enquanto o restante do grupo ficou conversando mais alguns minutos e também se recolheram. A noite foi tranqüila apesar de meu isolante térmico ter virado uma minhoca inflável, acordei duas vezes com rajadas de vento sacudindo a barraca. As 5:20 da matina Lee se pós de pé e veio acordar o pessoal para vermos o nascer do sol, posteriormente voltando a sua barraca. Como não levei saco de dormir e estava com roupas térmicas, apenas coloquei as botas e meu anorak e pulei pra fora da barraca, subi novamente em cima da mesma rocha onde havia ficado para ver o por do sol, Caio sem pestanejar o ventinho gélido que fazia veio ao meu encontro, acho que ele também gostou “do astro rei”, pois era sua primeira incursão às montanhas. Timidamente começa a alvorada com as luzes de Ubatuba ainda acesas, pena que o sol nasce por traz de uma montanha da encosta litorânea, más mesmo assim deu seu show, ao vencer a montanha, dissipando um pequeno manto de nuvens acima do mar e refletindo sua exuberante beleza na água. Em seguida todos se puseram para fora das barracas, tiramos varias fotos e fomos arrumar nosso café da manhã, que na verdade virou um banquete. Retribui as panquecas à Vivi e ao Fabio (porem dessa vez de Nutella), que também não ficaram para traz, levaram uma colomba pascal, o banquete foi incrementado com mais um monte de guloseimas levada pelos outros companheiros de pernada. Descendo a área de camping sentido oposto do cume é possível encontrar água em um pequeno riacho, porem como subimos no dia anterior com uma reserva considerável, não descemos até lá, quem desceu foi um dos irmãos que pernoitaram no cume levando aproximadamente 35 minutos de ida e volta. Café tomado, acampamento desmontado, lixo recolhido começamos a andar por volta de 8:30, fomos em direção ao cume onde tiramos varias fotos e apreciamos a beleza litorânea. Ficamos mais ou menos uns 15 minutos no cume, os irmãos já tinham ido embora e não fizeram nenhuma questão de manter a política da boa vizinhança. Iniciamos a descida com idéia de chegar aos carros antes das 13:00 para bebemorarmos a pernada na praia. Fui eu e o Lee na frente, seguidos pela Vivi e o Fabio, Cris e Caio ficaram um pouco mais a traz, fomos descendo em um ritmo moderado, passamos por uma pequena clareira onde tem duas trilhas, pegamos a da esquerda e continuamos descendo, um pouco mais a diante a Vivi falou para diminuirmos o ritmo para esperar a Cris e o Caio. Lee disse que iria indo de vagar, pois estava indo na manha do gato para não forçar seus joelhos e não queria atrasar o grupo, então propus para a Vivi que eu acompanharia o Lee e esperaria eles na clareira no fim da crista, porem depois de alguns minutos ouço um grito da Vivi, “Wéll, espera ai que aconteceu alguma coisa com a Cris e o Caio, eles não chegam, vamos voltar a trilha para procurá-los, acho que eles entraram na trilha errada”. Eu e o Lee ficamos sentados no meio de um bambuzal por uns 20 minutos, enquanto isso passou por nós um rapaz da região sem nenhum equipamento próprio para trekking, tinha apenas um facão, uma pequena mochila (aquelas cedidas para os alunos da escola do estado) e uma bota coturno surrada. Ouço outro grito da Vivi “Wéll, Lee encontramos eles já estamos indo”. Em minutos o grupo estava reunido novamente, e foi constatado que realmente entraram na trilha da direita lá na pequena clareira e foram parar em um riacho, zoação e piadas a parte continuamos nossa descida em um ritmo mais de vagar para todos irem juntos. Chegamos ao final da crista na suposta área de camping por volta das 10:00 e não paramos para descansar, estávamos andando de vagar para todos irem juntos e ainda teríamos pela frente (na verdade para baixo) 1050 metros de desnível a ser vencidos. E lá fomos nós, agora piramba abaixo. Entre essa clareira até o próximo ponto de água (onde tínhamos anotado 770 metros de altitude na subida) pode ser considerado como o “CRUX” da pernada, tanto na descida quanto na subida, alem de ser o ponto de maior desnível também é onde o terreno encontra-se mais acidentado. Em uns 40 minutos +/- de caminhada chegamos ao ponto de água, devido a mata ser bem fechada não era possível se quer sentir uma brisinha de vento, e o calor tava começando a incomodar, estavam todos bem suados. Enchemos nossas garrafas com água, tomamos isotônico, e continuamos a pernada, dessa vez sem perder muito tempo na parada. Daqui a até próxima parada ficamos um pouco dispersos, Vivi e Fabio na frente, um pouco mais atrás eu e o Caio, e fechando o grupo Cris e Lee uns 5 minutos mais atrás. Passamos pela pedra da igrejinha, e mais a baixo onde o terreno já se encontrava bem menos íngreme por volta das 11:30 Fabio, juntamente com a Vivi entraram em uma picada a nossa direita de onde se descortinou uma pequena queda d’água e um belo poço. Eu e a Caio deixamos as cargueiras bem na entrada da trilha para que Cris e Lee não continuassem descendo, em poucos minutos estávamos todos reunidos na pequena queda, Fabio e Caio não pensaram duas vezes e se lançaram às águas gélidas vinda da montanha, eu apenas molhei a nuca, minha camiseta e meu boné, Lee fez o mesmo, enquanto Cris e Vivi tirara as botas e refrescaram seus pés. Ficamos ali por uns 30 minutos contemplando a paisagem. Regressamos nossa caminhada por volta de 12:10 e estávamos dentro do tempo que estimado para a descida, Vivi e Fabio novamente na dianteira, seguidos por Caio e Cris, Lee disse que eu poderia ir na frente pois seu joelho estava começando a incomodar e que iria de vagar, falei que o acompanharia sem pressa e fui fechando o grupo. Mais a frente quando faltava pouco mais de 25 minutos para terminar a trilha acontece o inesperado, Cris começa a gritar que havia sido picada inúmeras vezes nas pernas por algum bicho, Lee e eu paramos e vimos um enxame de voadores (não sei ao certo se Marimbondos ou Abelhas) rodeando alucinadamente uma planta, provavelmente Caio que estava a frente da Cris involuntariamente esbarrou na colméia dos bichos desencadeando tal fúria, atacando quem passou na seqüência, Lee passou bem rápido e eu preferi contornar a planta. Andamos mais alguns metros e Cris começa a reclamar da dor das picadas, coceira na cabeça e no corpo e começou a inchar suas extremidades, como o restante do grupo estava mais a frente, pedi para que parassem, avisando que Cris estava tendo uma reação alérgica, rapidamente Vivi, Fabio e Caio voltaram os poucos metros que nos separavam no intuito de ajudar a amiga. Na noite anterior Cris havia mencionado que levara em sua mochila o medicamento Genérico do Polaramine (maleato de dexclorfeniramina) que tem grande eficácia para picadas de insetos (porem não em casos extremos), pedi para Cris tomar o mesmo e a mesma não pensou duas vezes, depois que ela tomou, eu pensei comigo mesmo, “JÉGUE, VAI DEMORAR PARA FAZER EFEITO!!!”, Vivi tirou as botas da Cris, pois seus pés estavam inchando, então pedi para que ela colocasse um comprimido em baixo da língua, pois para medicamentos que não tem a molécula muito grande tem absorção quase que instantânea devido a parte inferior da língua ser uma região super vascularizada, fiquei apreensivo e perguntei para mim mesmo “ E SE ESSA ALERGIA DESENCADEAR UM CHOQUE ANÁFILÁTICO??? TERIAMOS QUE NOS VIRAR NOS 30!!! PENSEI”, para ajudar os celulares estavam sem sinal, e o calor nos castigando. Vivi e Fabio foram para o carro tentar pedir ajuda, pois não ajudaria em nada todos ali de mãos atadas. Perguntei para Cris se estava conseguido respirar direito e ela falou que sim, mais logo depois ela mudou de idéia, reclamando que não estava conseguido respirar direito e realmente sua respiração estava bem descontrolada, em seguida a mesma vomitou água e o comprimido que havia ingerido, quando que por um passe de mágica as regiões inchadas e a coloração da pele voltando ao normal e a respiração ficando mais lenta, “O MEDICAMENTO ESTAVA FAZENDO SEU TRABALHO”, esse medicamento traz juntamente com seus efeitos benéficos seus efeitos colaterais, e nossa amiga começou a ficar embriagada de sono. Esperamos alguns minutos e ela já se encontrava bem melhor, porem dormindo... Esperamos por aproximadamente uns 30 minutos, e em conversa chegamos ao consenso que tínhamos que ir andando, porem não sabíamos se realmente nossos amigos conseguiriam ajuda. Acordamos a Cris e falamos que teríamos que andar. Completamente desnorteada ele concordou, porem não conseguia nem colocar suas meias, calcei suas meias e suas botas, e a colocamos em pé, acho que daquele ponto até o fim da trilha quem a segurou em pé foi seu bastão...(rsrsr). Amarrei a mochila do Caio na minha, e o mesmo levou a mochila da Cris. Fomos indo de vagar para acompanharmos a amiga, à frente encontramos Fabio e Vivi que retornavam sem as cargueiras com a informação que o pedido de ajuda havia sido recusado por ter apenas uma ambulância e a mesma estava em ocorrência, que era para retirarmos da mata e ligar posteriormente (esse é o Brasil). Fabio rapidamente se prontificou a levar a cargueira que estava acoplada à minha, porem como faltava pouco para terminar a trilha, falei para ajudarem a Cris que eu iria indo com a carga na frente juntamente com Lee. Mais a frente ao passarmos pelo rio me desequilibrei devido a má distribuição de peso das mochilas, que sempre pendia para traz, fui salvo por apoiar o bastão no fundo do rio, molhando apenas metade de um pé. Eu e Lee chegamos aos carros e ficamos esperando nossos amigos, pois não tinha como pega-los no fim da estrada devido a mesma fechada como dito anteriormente. Depois de uns 30 minutos chegam nossos amigos, Cris se deitou no banco de traz do carro do Fabio, eu e o Caio fomos no carro do Lee e seguimos para a praia para bebemorarmos e comermos alguma guloseima praiana. Cris preferiu ficar deitada no carro, pois ainda estava sob os efeitos do medicamento, Lee apenas tomou um refrigerante e seguiu para SP, enquanto eu, Fabio, Caio e Vivi pedimos duas porções de frutos do mar e ficamos conversando até pouco antes das 18:00 de onde regressamos para a selva de pedras, Deixamos a Cris na sua casa, já bem acordada. Fabio me deixou no Metro Belem as 21;00 de onde segui para minha casa, chegando as 22:00. Dentre os picados e cansados ficaram todos bem.

Sobre a trilha em si tenho a dizer que apesar de muitos lugares falarem que é de nível Difícil /Pesado, eu achei uma trilha fácil, sem complicações de navegação e sem obstáculos a serem vencidos (como trechos de escalaminhada e trepa-pedras por exemplo) o “pesado” até pode ser levado em consideração pois requer fisicamente, para quem gosta de caminhar sempre tendo um visual ao horizonte eu não indicaria, pois a paisagem se descortina somente no cume alem de dois mirantes um no meio da trilha e outro na crista da montanha. Indicaria a trilha para quem está em busca de trinar para futuras pernadas por vencer um desnível de 1050 metros sem parar.









3 de mai. de 2010

O Medo do Acaso

Texto e fotos: Elias Luiz                     Editor do Portal Extremos         www.extremos.com.br



"Existe todo tipo de aventureiro, desde os mais pragmáticos aos "paz e amor".

É interessante ver como cada pessoa encara sua aventura, acredito que isso reflete a personalidade de cada um.

Já experimentei os dois tipos de viagens, "Solo" e em "Equipe".

Acredito que uma viagem solo é muito bem aproveitada, pois você estará encarregado de tudo, não terá um parceiro(a) que irá ajudar em determinadas tarefas, você será o responsável por tudo, roteiro, finanças, se comunicar, trabalhar com três ou quatro moedas diferentes e muito mais. A experiência adquirida é enorme. Isso não significa que você viajará realmente sozinho, pois em cada cidade ou roteiro você irá se integrar a um grupo e fazer novas amizades.

É comum quando estamos em uma equipe um dos membros praticamente não faz nada e outro assume a maioria das responsabilidades, deixando os outros a mercê. Nessa situação a maior experiência está em administrar conflitos e trabalhar em equipe.

Não faço o estilo pragmático nem o paz e amor, acredito que fico no meio termo. Deixo muitas coisas a serem resolvidas ao acaso. Mas por trás disso há muito planejamento. Costumo fazer o meu roteiro e orçamento bem antes da viagem. Mas quando coloco a mochila nas costas a planilha de roteiro literalmente fica em casa. Deixo as coisas acontecerem naturalmente, nunca fiz reserva de hotel, nem reservas de roteiros. Primo pelo simples fato de que não sei o que irei encontrar pela frente, pode ser que eu goste de um determinado lugar e prefira ficar lá por mais dias, como aconteceu em Cuzco, pode ser que tenho que cancelar parte do roteiro como já aconteceu na Região dos Lagos no Chile, poder ser que eu mude e inclua mais um roteiro, como já aconteceu na Patagônia onde após recomendação de um fotógrafo italiano decidi conhecer El Chaltén que hoje considero o meu lugar preferido na América do Sul. Se não fosse o acaso muitas experiências não teria vivido, muitos lugares não teria conhecido.

Acredito que quando a gente deixa a viagem por conta do acaso, a preocupação com datas, locais, qualidade do hotel, se o lugar é bom ou não, isso tudo se dissipa, pois você tem o livre arbítrio de escolher o que é melhor para você naquele momento, e assim a sua viagem vai sendo criada a cada dia, e será uma boa surpresa todo dia ou uma boa tarefa de como se livrar de enrascadas.

Aventura para mim é prazer e uma forma de adquirir muita experiência in loco. Já trabalhamos com regras, pressões e prazos, não precisamos disso em nossas aventuras.

Bons ventos."