25 de mai. de 2010

TREKKING PEDRA DO SINO – Teresopolis PARNASO

Fiz minha primeira grande trilha com mochilão nos dias 14 a 16/05 desse ano. Para marcar minha tão importante iniciação escolhemos a Pedra do Sino, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. A Pedra do Sino fica a 2.263m de altitude e são 11 km de trilha.




Meu amigo de aventuras e perrengues Mário e eu saímos da rodoviária Novo Rio as 06:00h e chegamos à entrada do parque as 07:20h. Após todos os procedimentos para entrada no parque (pagamos R$ 40,00 cada para permanência por três dias com acampamento), chamamos um táxi, pois a subida até a barragem aonde iniciamos a trilha é de mais ou menos 4 km e não vale a pena gastar energia no asfalto !! Chegando a Barragem finalizamos os detalhes para começar a trilha: água, banheiro, acertar a mochila, regular o bastão e etc.











Vou fazer um resumo dos equipamentos levados:

• Barraca Mini Pack 1 da Azteq

• Mochila Saiph 55 da Guepardo (tenho de citar que a mochila é guerreira e confortável)

• Bastão de caminhada e isolante térmico da Náutica

• Kits de refeição da Liofoods (parceira de sempre)

• Anorack e Calça da Trilhas e Rumos

• Meias da Lorpen (pode parecer sem sentido citar meias, mas essas não são meias quaisquer) – veja post anterior.

• Balaclava e luvas da Kailish

• Repositor SUUM

• E outros: botas, fleece, kit primeiro socorros, roupas, kit cozinha, alimentos em geral (café solúvel, sanduíches, barras de cereal e etc.), saco de dormir, máquina fotográfica (imprescindível) e etc.

Começamos a subir as 08:18h, a trilha em si é bem tranqüila, tipo passeio no parque, o que a torna cansativa é o peso da mochila, as nossas tinham 15kg cada em média, pois os equipamentos pesam muito! Para quem, como eu, não esta acostumado, faz diferença ter esse peso todo nas costas. Chega ser engraçado tentar passar por baixo de um tronco caído e seu corpo tender demais para frente ou ter que inclinar de lado e desequilibrar devido ao peso.


A paisagem. A paisagem é tudo! O ar puro, a flora e a fauna são espetaculares. Passamos a dar mais valor às coisas simples da vida como deitar na grama - fazendo uma pausa na subida para o almoço - e ficar vendo a neblina subindo, dançando no céu azul, mudando a temperatura e a paisagem. Você esquece que tem problemas. Você esquece o que é um problema!!!!



Estávamos em um ritmo ótimo. Pelas nossas contas faríamos à trilha em 4 horas! Mas a altitude começou a subir e o cansaço começou a atrapalhar. Quando chegamos perto de 2.000 metros resolvemos diminuir o ritmo, tirar fotos em macro de “musguinhos” e flores. Em resumo, relaxar e aproveitar mais.



A primeira visão da Pedra do Sino, mesmo incoberta, impressiona. Mas a visão do telhado do Abrigo 4 é que nos deixa mais feliz, pois vendo ele significa de chegamos. Depois de 6 horas de trilha nós chegamos.



O abrigo foi construído pelo Ibama e é mantido/administrado por terceiros. São cobradas taxas para utilização do abrigo (banho, cozinha, camas e bivak). Todas as taxas são baratas e importantes para manutenção daquele paraíso. Tudo é mantido por dois funcionários e um administrador. Nós encontramos “Jesus”! Encontrar Jesus na montanha foi tudo, tenho certeza que não poderia existir lugar melhor. Posso afirmar que Jesus é uma figuraça !!!!!!!!


Conhecemos, também, Alexandre, o administrador, que nos acolheu de uma forma sem igual, que só o “pessoal de montanha” sabe como é.



Chegamos na sexta e não tinha mais nenhum “trilheiro” no abrigo. Meu joelho e fôlego não me deixaram assistir o pôr do sol na Pedra do Sino, mas da onde eu estava o visual já era assim:



Na manhã seguinte acordamos as 04:30h para subir o Sino e ver o nascer do sol! Fazia zero grau ! Não há palavras que descrevam o que meus olhos viram ou o que senti.

Essas fotos são apenas pequenas amostras do espetáculo que a natureza proporciona.





Além de todo o visual, ainda tivemos a sorte grande de acompanhar a entrega de material (colchões e um banheiro químico) para o abrigo feitas por um helicóptero. Não é todo dia que se vê um a cinco metros de vc e a dois metros do chão !!




Trilha também é trabalho. Mario e eu ajudamos a carregar tudo que foi entregue. E depois fomos presenteados com um almoço show – adoro macarrão com molho e almôndegas !!


Essas são do nascer do sol da manhã de domingo da Pedra da Baleia.












Preciso dizer algo mais sobre o lugar ??????? E ainda existe aqueles que dizem: "subir uma montanha para que? Não planta uma árvore, não se mata, só sobe, sobe, sobe e depois desce, desce e desce" Esse é o motivo de tanto esforço.




Como eu já havia citado, o prazer pelas coisas simples se apura em um lugar como esse. Tomar um café quentinho de manhã, comer feijão, arroz e carne moída (da Lioffods é claro), sanduíche feito na frigideira ou um simples, mas, delicioso macarrão com almôndega. Além de toda essa paz e beleza natural, ainda existem as pessoas que tivemos a oportunidade de conhecer. Além do Alexandre e de Jesus, conhecemos pessoalmente o Fabio Fliess, que já consideramos um amigo de twitter e, além dele, o Rafael, Gilmar e outros “perrengueiros” de carteirinha. É claro que sempre tem a turma “mala”: música alta, uma chato achando que sabe a letra em inglês e um casalzinho tendo uma DR na madrugada é f...., mas nada que possa abalar as estruturas da paz interior que tudo mais proporciona.



                                          Encontro de Titãs do twitter: Elque Silva, Fabio Fliess e Mario Trekking

Preparamos nossa descida para o domingo, entre 09:00h e 09:30h, para nossa surpresa e felicidade, o Alexandre (o administrador do abrigo) nos perguntou se queríamos descer com ele. Eu sabia que iria atrasá-lo, pois meu preparo físico não se compara ao dele. Ainda por cima arrumei errada a mochila, deixando todo peso na parte de cima, e perto do final meus músculos, perto da omoplata, jogaram a toalha e o Alexandre (santo Alexandre) carregou minha mochila até o fim da trilha.

O Mario desceu de carona com Alexandre até a portaria e chamou um táxi para nos levar até a rodoviária. Depois que compramos as passagens fomos direto procurar algo muito importante, que passou a ser um ritual nosso para fechamento das trilhas.


                                            Existe forma melhor de fechar uma trilha incrível??


E por tudo descrito acima a Pedra do Sino será sempre uma trilha constante em minha mente e que farei outras vezes.

Minha iniciação foi muito bem sucedida. Agora vou praticar mais para passar de aprendiz a mestre, mas sempre lembrando que o aprendizado é algo diário e constante. A cada nova trilha mais um passo é dado rumo a Bolívia 2011 !!! Agora sou uma viciada em montanha !!!!!!

Um comentário:

  1. Oi Elque.
    Parabéns pelo post.
    É isso mesmo! Sempre aprendendo!
    Cada trilha é uma oportunidade de autoconhecimento e descobrir algo novo!!
    Espero ler em 2011 vários posts sobre a expedição na Bolívia.
    Um abraço.

    Fábio Fliess

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